O impossível

Você já sentiu saudades de algo que não viveu? Eu já. Acontece como uma variação de Dejá Vu, e quando me dou conta comento sobre algo que não vivi, mas sinto como se tivesse passado pela situação.
Não é só nostalgia, e muito menos saudosismo, é apenas como se eu lembrasse de coisas que não vi. Os motivos que desencadeiam essa sensação estranha são variados. Entretanto o que provocou meu último “Dejá Vu” foi um conjunto de discussões de cunho político-ideológico.
O que acontece é sempre a mesma coisa, me lembro de erros do passado, das mortes causadas por esses erros e por isso acho tal ideias indefensáveis. Mesmo assim, muitas pessoas ignoram os meios (e também os fins) em prol de uma utopia igualitária, que simplesmente coloca de lado parte da essência humana e de cada indivíduo.
Eu acho indefensável porque me lembro de todas as sociedades que tentaram se igualar por baixo, frente à força e intolerância. Me lembro das gulags soviéticas, dos campos de concentração nazistas, do paredón cubano, da revolução cultural chinesa, do terrorismo islâmico e de todas as atrocidades cometidas com a justificativa ideológica.
Uma vez li que as pessoas aprendem com seus erros, exceto quando são os erros de outras pessoas. Nesse caso além de não aprenderem, defendem com unhas e dentes. O mais interessante é que no episódio que citei no começo do texto as pessoas defendiam causas humanitárias, ao mesmo tempo que acreditavam que a morte de alguns milhares é necessária pelo “bem maior”. Contraditório? Não é nem o começo da lista interminável de contradições.
Até pouco tempo acreditava que era algo meu sentir isso. Então descobri que é o que acontece quando você se interessa por um tema antes de apenas discorrer sobre ele. As memórias assim como o ceticismo vêm dos relatos lidos, dos personagens estudados, das narrativas.

“Quem controla o presente controla o passado”, já diria Orwell em sua distopia sobre o autoritarismo, o livro 1984. Para que isso não aconteça é necessário conhecer antes de tudo o passado. Conhecer o passado é difícil, mas é o básico para quem quer se aventurar pelas críticas sociais sem passar apenas por alguém com comentários frágeis. Entender o presente é consequência quando se conhece o passado, ele é a chave para a solução que todos buscam incessantemente. Os erros alheios estão em ambos (passado e presente) e nos fazem refletir: até quando vamos defender o indefensável? 

Unknown

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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