A evolução dos bits

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      Entre soldas, consoles de videogames empilhados em prateleiras, gabinetes vazios de computador, e peças eletrônicas espalhadas é possível encontrar o técnico em eletrônica Jeferson Luiz Branco, que atende com tranquilidade quem chega. Seu estabelecimento se localiza próximo ao shopping Palladium. Se ao visualizar o nome da loja ainda restam dúvidas do que se trata, a placa no interior com desenhos de personagens famosos do gênero, como  Super Mario, e imagens de consoles deixa claro de que é um local especializado em videogames. Jefferson lembra que a primeira vez que teve contato com jogos foi no antigo shopping Mitaí, onde ficava uma loja de videogames.

Nos 18 anos que trabalha com jogos, o técnico conta que já passou por pelo menos dez pontos comerciais na cidade e que está há três anos no endereço atual. “Comecei a trabalhar na XV de Novembro quando o fliperama Radical Games ainda estava em atividade, compartilhávamos o público”, diz. Até 2002, além de oferecer conserto de consoles, a Future Games também era uma locadora de jogos, com videogames disponíveis para uso. O fortalecimento das lan houses causou falta de público e foi um dos fatores que o incentivou a continuar apenas com a parte de assistência técnica. Com o passar dos anos, vários estabelecimentos que ofereciam o serviço de jogos de videogame repetiram o mesmo processo.

 O fechamento das locadoras de jogos foi um dos incentivos que levaram a formação do primeiro clube de videogame da cidade, o Ponta Grossa Digital Club (PGDC). O grupo foi criado por amigos que participavam dos campeonatos de Pro Evolution Soccer (PES) organizados pelas lojas de videogame, que com o fim das locadoras, não teve outra escolha a não ser montar seus próprios campeonatos. O clube tem 20 membros fixos e em dias de campeonatos mais de 60 participantes. 

Fora isso, os membros já participam de eventos fora da cidade, como o último campeonato que acontecerá nos dias 15 e 16 de setembro, em Curitiba. Henrique Leonardi, presidente do clube, conta que no início a participação nos jogos intermunicipais era inexpressiva, mas que com o passar do tempo chegaram inclusive a disputar pênaltis para as finais. Para treinar, os membros se dirigem até uma locadora na Palmeirinha. Segundo Henrique, faltam locadoras em Ponta Grossa.

Jeferson, coleciona videogames que saíram de linha, como o Megadrive II, e também se encontra com amigos que partilham o mesmo gosto por videogames antigos. O acervo contém consoles como o Gemini, o primeiro com cartucho, o Odyssey um dos primeiros fabricados, e o clássico Atari, famoso por jogos como Asteroids, River ride, enduro, pacman, e no Brasil, o Pelé Soccer.

O técnico conta que conserta em média de 10 a 15 aparelhos por semana, a maioria deles Playstation 3, o videogame que mais dá problema entre os da nova geração. Para ele, isso acontece porque é um console que está à frente do seu tempo. “Quando foi lançado, o Playstation 3 era superior em processamento de dados ao computador mais avançado no mercado”, explica. O também técnico em eletrônica, João Ostrovski Junior, considera que os aparelhos para o conserto do Playstation 3 são de ponta, já que é preciso ter uma estação de solda para conseguir mexer nele. 

Quando os videogames antigos estragavam, era costume tentar resolver sozinho, mas quando não tinha jeito os produtos eram levados nas eletrônicas da Av. Comendador Miró. “Era comum estragar os Joysticks do Atari e Dactar, pela força que tínhamos que fazer para movimentar os personagens dos jogos”, conta o professor de Física da Universidade Estadual De Ponta Grossa, Ricardo Sovek Ayarzabal. João afirma que os videogames antigos eram mais robustos, por serem estáticos. “Se eu fosse viver de conserto de Atari na época iria morrer de fome”, conta.


O interesse por videogames antigos é um comportamento que se tornou recorrente nos últimos anos. Jeferson conta que vendeu sete fitas de Megadrive nas últimas semanas, para ele, grupos do facebook como o “Mercadão UTFPR/UEPG” e “Mercadão PG”, além de blogs especializados como o que ele próprio mantém sob o nome da loja, são grandes colaboradores para a volta dos consoles clássicos. O técnico também explica que a qualidade gráfica dos jogos de hoje pode ser um fator que influencia nessa volta. “As pessoas estão tão acostumadas com a realidade dos jogos de hoje, que os videogames antigos se tornam interessantes”, diz.


*Texto publicado originalmente no jornal laboratorial Foca Livre em 2012, e posteriormente no site Cultura Plural.

Muita tinta e muita gente

Foto: Lucas Matos

      Quem passou em frente Museu Municipal da Arte (MuMa) em Curitiba ficou perplexo com a quantidade de pessoas que faziam fila para entrar. “Deve ser algum daqueles eventos de fantasia”, comentou um transeunte que observava a cena com certa curiosidade. Era quase isso, milhares de pessoas se reuniram no local entre os dias quatro e sete de setembro para conhecer quadrinistas, ilustradores e roteiristas de histórias em quadrinho que foram distribuir autógrafos, ministrar mesas de discussões, oficinas e divulgar seus trabalhos.

            A Gibicon acontece pela segunda vez, e já é um dos eventos na área mais importantes do país. Gente de todo Brasil veio expor seu trabalho, além de artistas internacionais como Davi Lloyd, que desenhou o famoso quadrinho V de Vingança, e Kim Jong Gi sul-coreano que desenhou um painel durante todos os dias da convenção. 

Andando pelo museu me surpreendi por não encontrar muita gente fantasiada de seus personagens favoritos, o que é uma prática comum entre fãs de quadrinhos/mangás e cultura pop em geral. O cosplay, como é conhecido o ato de se fantasiar de seu personagem preferido surgiu nos Estados Unidos em 1939, mas foi no Japão que ele ganhou status e virou febre mundial. Essa talvez seja a maior manifestação explícita da influência da cultura pop.

Outros eventos de quadrinhos como a Comic Con atraem milhares de cosplayers, com realização de concursos específicos para avaliação da performance do personagem. No Brasil, as primeiras convenções de Star Wars já traziam pessoas fantasiadas com seus personagens preferidos.

Aqui o mercado de eventos relacionados aos mangás, quadrinhos e cultura pop cresce exponencialmente, muitos são especificamente ligados à cultura japonesa de mangás e animes. Isso não quer dizer que não aconteçam convenções para quadrinhos em geral. Existem três grandes eventos relacionados ao tema: A FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos em Belo Horizonte; A Comic Con Experience em São Paulo; e por fim, a já citada Gibicon em Curitiba.

Curitiba teve uma cena muito forte de quadrinhos na década de 70, com a editora Grafipar que distribuiu quadrinhos para o Brasil todo, e aí surgiu o Gralha, super herói com história ambientada em Curitiba. Ele recebeu uma homenagem na Gibicon, com um estande só para ele e edições ouro das HQs, além de action figures dignas da estante de qualquer colecionador aficionado por quadrinhos alternativos. Aliás, as mesas e estandes de editoras e quadrinistas alternativos/independentes movimentaram muita gente interessada em conhecer novas histórias, consumir e conversar diretamente com a pessoa que participou do processo de criação. 

Os quadrinhos para adultos são os mais procurados, devido à temática madura e histórias com maior liberdade de criação. E aí para chamar a atenção de quem estava no espaço reservado para os quadrinhos independentes valia tudo. Tinha gente desenhando na hora, tinha pessoas vendendo produtos e artigos de decoração criativos, além da venda de camisetas nerds. Mas aí vale a regra básica do comércio: simpatia vende muito bem. Me interessei antes pelo que o quadrinista iria me dizer para vender seu trabalho porque o contato direto com quem produziu é uma das coisas mais legais de ir em uma convenção de quadrinhos. 

Para um dos curadores do evento, o curitibano Antonio Eder, a cidade vive um momento de grande produção no cenário nacional. “Hoje tem 18 lançamentos só curitibanos no Gibicon. É muito mais fácil editar seu próprio trabalho, mas eu acho que o pessoal tem que empreender”. E o pessoal empreende muito, a internet serve como um catalisador para produção independente no país e no mundo, através do crowdfouding projeto de financiamento onde várias pessoas doam uma quantia de dinheiro para ver determinado produto pronto. E isso facilita o empreendedorismo independente, a maioria dos quadrinhos da sessão de vendas foram financiados graças a essa ferramenta.

Felipe lançou seu segundo quadrinho pelo catarse, ferramenta de crowdfounding brasileira. “Nunca é tranquilo pra arrecadar a meta. Tem que postar todo dia, encher o saco do pessoal. É um trabalho intenso”. E isso que é interessante no catarse, é o criador do produto promovendo diretamente. Se fica difícil financiar seu quadrinho sem uma editora, o trabalho árduo pelo financiamento independente compensa pelo fato de não haver nenhuma limitação criativa feita por terceiros.

Conversando com André Calliman, que também financiou seu quadrinho “Revolta” pelo catarse, soube que durante o começo da ferramenta no país o que mais movimentou seguidores e apoiadores dentro da rede social foram projetos de histórias em quadrinho. Tem muita gente querendo produzir, as editoras não conseguem mais dar conta. E aí que surgem as editoras independentes para também auxiliar o artista, como é o caso da editora Nemo. Quem quer lançar uma HQ deve saber que opções não faltam, também tem como lançar diretamente na internet através de pdf, só fica mais difícil receber alguma gratificação monetária dessa forma, e claro, tentar uma editora grande não precisa ficar de fora dos seus planos.


No meio de tanta gente fica difícil andar de um estande ao outro. Lá pelas quatro da tarde preferi sentar e olhar o movimento na gibiteca, a única pública da cidade e que também fica no MuMa. Se alguém ainda tem dúvidas sobre o crescimento dos quadrinhos para adultos no país talvez esse já seja um indicador suficiente para mostrar que tem público sim, e também tem muitos artistas. 

Kubrick e King

Perfeccionismo de Kubrick levou a discussões com parte do elenco. Disponível em pinterest

        Quando lançado, em 1980, O Iluminado foi desprezado pela crítica especializada, ganhando inclusive o prêmio “Framboesa de Ouro” daquele ano. 33 anos depois, a película figura ao lado de O Exorcista entre os melhores filmes de terror. A adaptação do livro homônimo de Stephen King dividiu opiniões entre os fãs, isso porque na época King já tinha três livros publicados e um séquito de admiradores, o mesmo acontecia com o diretor Stanley Kubrick.


O Iluminado é a história de uma família – pai, mãe e filho – sozinha em um hotel durante todo inverno. O pai Jack (Nicholson) é um escritor frustrado que aceita a oferta de cuidar de um hotel na época em que ninguém se hospeda nele. Logo no começo descobre-se que Danny, o filho, é um iluminado. O que significa que ele pode ver coisas que já aconteceram e que ainda acontecerão. Apesar do nome, o filme não trata profundamente sobre Danny, e sim dos fatores que envolvem sua estada no hotel, e principalmente da loucura de seu pai. Com uma mãe insossa, tudo que Danny pode fazer é tentar fugir. Mas de quê? Nesse caso o livro deixa claro o que o filme não consegue muito bem, o menino tenta fugir do hotel que quer se apoderar das forças sobrenaturais de Danny.
 
O hotel usa de vários artifícios para conseguir se apoderar de Danny. Entre eles, o trunfo principal é o próprio pai. O que a família acha que é loucura da solidão, na verdade é o hotel se manifestando. O que fica claro no filme é que não foi a primeira vez que isso acontece. Relatos de assassinatos de crianças aparecem, assim como as famosas gêmeas.

Há muitos detalhes do livro que Kubrick deixa passar, mas sem isso o filme não teria uma de suas características mais marcantes: o espaço para o espectador imaginar o que acontece. Na época da pré-produção do filme a tensão entre Kubrick e King era forte, (isso porque o diretor vetou a adaptação feita pelo autor) o que não se alterou após o lançamento. Kubrick era um perfeccionista, algumas cenas tiveram que ser regravadas a exaustão até que ficassem do jeito que ele desejava.
Kubrick traz uma aura de realidade que o livro de King não consegue dar. No livro tudo é fantástico, no filme sente-se proximidade com o enredo apresentado. Na versão cinematográfica o foco é a loucura cada vez mais aparente de Jack.  O diretor torna a ficção de terror de Stephen King em um thriller psicológico, e os cortes feitos deixam isso claro. Pouco se mostra, há espaço para a interpretação do espectador.
Cada vez que fica no ar que algo vai acontecer muda-se a cena. O que foi uma escolha de Kubrick para evitar todos os monstros e a maldade evidente do hotel no livro.  Aliás, tudo que é muito evidente no livro passa a ter nuances na adaptação cinematográfica. A maldade do hotel, os monstros de grama, o alcoolismo de Jack e os poderes de Danny.
O filme apresenta cenas ótimas, como a icônica hora que Jack aparece arrebentando a porta com um machado. O modo como as cores são trabalhadas impressionam, o plano sequência com Danny correndo em seu tricícolo é um exemplo disso, os tapetes geométricos e coloridos dão uma dimensão de grandeza que o hotel teria para uma criança. Vale ressaltar os planos da estrada, com a trilha sonora tensa que induz a loucura. O final é apenas de tirar o fôlego, com a cena de perseguição entre pai e filho e um desfecho que beira ao humor negro.

Sem dúvidas, O Iluminado é um filme que marca quem o assiste. É possível que estilo não agrade alguns, entretanto não se pode negar que é uma das grandes obras do diretor que passou por quase todos os gêneros cinematográficos desde drama à ficção científica.

O impossível

Você já sentiu saudades de algo que não viveu? Eu já. Acontece como uma variação de Dejá Vu, e quando me dou conta comento sobre algo que não vivi, mas sinto como se tivesse passado pela situação.
Não é só nostalgia, e muito menos saudosismo, é apenas como se eu lembrasse de coisas que não vi. Os motivos que desencadeiam essa sensação estranha são variados. Entretanto o que provocou meu último “Dejá Vu” foi um conjunto de discussões de cunho político-ideológico.
O que acontece é sempre a mesma coisa, me lembro de erros do passado, das mortes causadas por esses erros e por isso acho tal ideias indefensáveis. Mesmo assim, muitas pessoas ignoram os meios (e também os fins) em prol de uma utopia igualitária, que simplesmente coloca de lado parte da essência humana e de cada indivíduo.
Eu acho indefensável porque me lembro de todas as sociedades que tentaram se igualar por baixo, frente à força e intolerância. Me lembro das gulags soviéticas, dos campos de concentração nazistas, do paredón cubano, da revolução cultural chinesa, do terrorismo islâmico e de todas as atrocidades cometidas com a justificativa ideológica.
Uma vez li que as pessoas aprendem com seus erros, exceto quando são os erros de outras pessoas. Nesse caso além de não aprenderem, defendem com unhas e dentes. O mais interessante é que no episódio que citei no começo do texto as pessoas defendiam causas humanitárias, ao mesmo tempo que acreditavam que a morte de alguns milhares é necessária pelo “bem maior”. Contraditório? Não é nem o começo da lista interminável de contradições.
Até pouco tempo acreditava que era algo meu sentir isso. Então descobri que é o que acontece quando você se interessa por um tema antes de apenas discorrer sobre ele. As memórias assim como o ceticismo vêm dos relatos lidos, dos personagens estudados, das narrativas.

“Quem controla o presente controla o passado”, já diria Orwell em sua distopia sobre o autoritarismo, o livro 1984. Para que isso não aconteça é necessário conhecer antes de tudo o passado. Conhecer o passado é difícil, mas é o básico para quem quer se aventurar pelas críticas sociais sem passar apenas por alguém com comentários frágeis. Entender o presente é consequência quando se conhece o passado, ele é a chave para a solução que todos buscam incessantemente. Os erros alheios estão em ambos (passado e presente) e nos fazem refletir: até quando vamos defender o indefensável? 

Orgulho britânico

Linda capa feita por Magdalena Szymaniec 

            A primeira vez que ouvi falar de Jane Austen foi através de uma amiga que me apresentou ao filme Orgulho e Preconceito de 2005. Na época eu era uma adolescente amarga e irônica (ou seja, uma adolescente comum) não tão adepta de romances. O filme me encantou, resolvi ler o livro e a narrativa de Austen me prendeu até que eu tivesse lido a maior quantidade possível de seus livros.


        Orgulho e Preconceito é um dos mais famosos itens de sua obra. Escrito em 1813, tornou-se um dos títulos mais importantes da literatura britânica, atrás somente de Senhor dos Anéis de J.R.R. Tolkien.


Sua crítica a sociedade inglesa do século XIX, período regencial inglês, é um dos principais motivos para sua fama, e é característica presente em toda obra de Austen. Naquela época os ingleses se dividiam em um sistema similar ao de castas, onde pessoas de determinadas classes sociais deveriam se relacionar e firmar casamento apenas com pessoas da mesma casta, e assim estabelecer relações e conexões vantajosas à família.  

         O livro conta a história da família Bennet, que com cinco filhas veria sua propriedade herdada por um primo distante. As mulheres nesse tipo de situação não eram consideradas como herdeiras possíveis, e deveriam seguir diversas regras além de possuir certas características para serem consideradas atraentes e prendadas. O cortejo também tinha seu modus operandi. Elizabeth Bennet, protagonista da história, ironiza o comportamento da época, dizendo que acabará como uma tia velha.  

     Elizabeth conhece Mr. Darcy, um homem misterioso que ela considera arrogante. Os modos de Elizabeth conquistam Darcy, que se declara e é dispensado pela heroína que
 descobriu que ele evitou o casamento de sua irmã Jane com seu amigo Mr. Bingley. Após a primeira rejeição feita por Elizabeth, encontros e sortilégios que envolvem os protagonistas mostram pouco a pouco o desenvolvimento de um amor que supera o orgulho e o preconceito de ambos. 

        O sucesso do livro também se explica por sua abordagem de um sentimento que através dos encontros e desencontros do casal vai se tornando cada vez mais forte entre ambos. Mesmo que Elizabeth tente evitar no começo, seu encanto e admiração por Darcy apenas crescem quanto mais ela tem a oportunidade de conhecê-lo. 


           O Mr. Darcy vivido por Colin Firth na série produzida pela BBC ficou conhecido como a "principal" versão do personagem. O fato é que Mr. Darcy representa um ideal romântico, e seu apreço pela personalidade forte e livre de Elizabeth faz com que se torne um ser humano mais admirável ainda. 

Quase dois séculos depois do lançamento do livro, em 2005, o então estreante diretor Joe Wright decidiu lançar sua adaptação cinematográfica da obra. As partes do livro cortadas do roteiro são bem resolvidas e substituídas de forma coesa, sem tirar a essência de Austen. O filme possui ritmo, que faz com que o espectador se prenda do começo ao fim. A trilha sonora desenvolvida por Dario Marianelli não poderia se encaixar melhor com os planos abertos de paisagens estonteantes selecionados por Wright.

 A cena extra com o final que as moças gostariam de ver, e que no livro deixa os leitores apenas na imaginação, foi feita para agradar o público estadunidense. No Brasil esse final extendido apenas aparece como bônus nos extras do DVD. Com cenários bucólicos, figurinos verossímeis e uma fotografia apaixonante o filme não decepciona quem leu o livro, e desperta o desejo pelo conhecimento da obra de quem ainda não teve a oportunidade de conhecê-la.



Post Scriptum: Ano passado tive a oportunidade de conhecer Bath, e o Jane Austen Centre que fica na cidade. Foi um momento incrível.